Observava
eu atentamente para seu rosto plácido e frígido. A angústia de não ter
conseguido o que queria mais uma vez me frustrava. O ódio adentrava minhas
veias sufocando meus pensamentos profanos que tentava agora mais do que antes
controlar desesperadamente, mas o pior já havia ocorrido. Com os olhos fechados
para o mundo real agarrei a pederneira e limpei minhas frustrações na pele
daquela louca que pensava ser melhor do que meu amor verdadeiro.
Ah se ela
pudesse ver seu rosto agora, ou ao menos o que dele sobrou, uma mistura do
amarelado da gordura fétida humana, com os ossos do crânio e os globos saltando
de suas órbitas, como pude resistir tanto em pisá-los e limpar o caldo negro
com os pelos daquela rameira leviana, promíscua e profana.
Ela que
não suportava mais me esperar por tanto tempo, agora jaz no eterno e me espera
para se vingar. Receio que nosso encontro não se dê tão breve quanto ela
gostaria.
Enquanto
nosso caloroso reencontro se encaminhava a passos de turbelários, me aprontava
para mais uma vez tentar o que busquei todo esse tempo mas ainda não consegui.
- Anônimo
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